quinta-feira, 13 de maio de 2010

O fim é o começo de um novo fim.

Sete anos me separam daquele mês de junho de 2003, quando eu cheguei à redação de O Diário. Sete anos que significam toda a minha vida profissional até agora. Sete anos que, a partir de agora, representam apenas uma parte da minha história.

Hoje é o dia em que a minha vida se divide entre o antes e o depois. Não necessariamente entre o bom e o ruim, nem entre o errado e o certo.
Mas é inegável que dentro das minhas malas prontas há muito mais do que experiência profissional e de vida. Empacotar os sentimentos, as lembranças e as lições é mais difícil do que eu imaginava.

E é muito ruim você deixar para trás alguma coisa em que acredita. É fácil você se livrar das coisas que não gosta, que não valoriza, que não admira. Mas tente virar a página de algo em que você sempre acreditou, como eu sempre acreditei no trabalho que eu fiz até agora. É como deixar alguém que você ama para trás para seguir em algo que você considera ser correto pra você, algo que eu também já fiz e sei o quanto dói.

Escolhi um novo projeto pra mim. Um que vai me dar mais oportunidades pessoais e de mercado. Integro a partir de agora a equipe do Metrô News, como correspondente da Folha Metropolitana em Mogi.
Mas esse não é o projeto da minha vida. E até meus novos editores sabem disso. Eu não nasci para trabalhar em casa sozinha, quero ficar em redação. Mas é hoje este projeto que pagará meus estudos de pós-graduação, especialização no exterior e me dará tempo hábil para concretizar antigos sonhos. É ele quem vai me dar a base para conquistar as coisas futuras, coisas que eu já sei o que são e que sempre persegui conquistá-las.
E tem dado certo. A idéia é ficar como correspondente e ir abrindo mercado em São Paulo através do Metrô News, jornal que tem 120 mil exemplares de circulação diária. Ciente dos meus planos de ingressar na Capital, o editor-chefe já me deu a boa notícia de que no final de semana irá inserir uma matéria minha sobre a indústria regional no Metrô. Foi bem rápido até.

E ao passo em que meus olhos se enchem de lágrimas ao pensar em deixar na redação todos os meus colegas – mais que isso, amigos – eu me encho de coragem para tentar. Afinal, deixar de tentar é a justificativa mais covarde que existe e, como diz a Eliane, o mercado está receptivo para comprar a produção de quem sabe produzir. Basta você ter confiança no que faz e ir em frente.

Eu queria agradecer individualmente cada um dos que conviveram comigo durante todo este tempo, mas tenho certeza de que, de alguma forma, eles sabem da contribuição que tiveram pra minha formação.
E juro que meus olhos não estariam marejados se não fosse essa coisa tão especial que eu descobri no Diário, que é uma espécie de cooperativismo entre os jornalistas. Nunca vi equipe tão unida em torno de um só objetivo: a notícia.
Tenho medo de ter me tornado dependente da ajuda dos colegas, tenho medo de sentir falta de ajudar em matérias que nem são minhas. Tenho medo de encarar tudo isso sozinha agora e ser engolida pelo mercado, que é formado de jornalistas super-egos em busca de um furo.
Mas isso não vai acontecer.

Agradeço a cada um que teve a paciência de me aturar. Mas agradeço mais ainda àqueles que estão, sinceramente, torcendo por mim a partir de agora.